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Classificações de Fundos de Investimentos no Brasil

Fundos de investimento são um veículo de aplicação de recursos financeiros no mercado de capitais, realizada pela comunhão de recursos de um conjunto de indivíduos ou instituições que possuem um objetivo comum.

Este objetivo é definido individualmente no regulamento de cada fundo. Todavia, os objetivos no geral consistem em aplicar o montante da carteira em um portfólio títulos de renda fixa e variável, tais como papéis do tesouro nacional, ações, moeda, direitos de crédito, juros, entre outras opções. É importante ressaltar que ativos de renda fixa e variável possuem diferentes perspectivas de risco e retorno, envolvidas no momento de sua contratação.

Diferenças entre fundos de renda fixa e variável

A diferença entre renda fixa e variável está no conhecimento prévio da remuneração (retorno) atribuída ao investidor no momento da contratação do produto financeiro. Via de regra, o risco de carteira da renda fixa no Brasil é vinculado a variação da taxa de juros, inflação ou ambas.

Na prática, ao investir em um título do tesouro direto emitido pelo governo, por exemplo, é possível conhecer de antemão quanto o seu investimento irá render até o fim ou resgate da aplicação. Isto é possível pela remuneração do título ser vinculada a uma taxa de inflação ou uma taxa de juros (como a SELIC), somada a um prêmio pelo risco financeiro.

Em renda variável a lógica é outra. Ao contratar um produto de renda variável, tais como ações, derivativos ou moeda, tanto no investimento direto como via fundos, você deve saber que a remuneração destes ativos irá variar conforme seu desempenho na economia do país e global.

Por exemplo, ao investir em dólar, espera-se que a moeda americana obtenha valorize acima da média dos países do mundo ou que a moeda dos outros países se desvalorize perante ao dólar, em função de uma análise de conjuntura econômica.

Da mesma forma com ações. Ao investir na ação de uma empresa, que corresponde a uma pequena fração do seu capital, você se torna sócio da empresa. Ao se tornar sócio, você tem direito a uma parte da remuneração da empresa, distribuída através de lucros, dividendos ou juros sobre o capital próprio. Assim, quanto maior o crescimento da empresa por meio de seu desempenho, representado pela geração de fluxo de caixa e lucros, maior a valorização do seu capital.

A classificação dos fundos de investimento varia nos países por diferentes critérios e de instruções de órgãos reguladores ou instituições que compõe o mercado de capitais. No Brasil, por exemplo, existem duas classificações bem conhecidas para fundos de investimentos: a instrução n° 555/2014 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a classificação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais –ANBIMA (2015).

Instrução n° 555/2014 da CVM para fundos de investimento

A instrução n° 555/2014 da CVM em seu art. 108 classifica os fundos de investimento em cotas em quatro categorias distintas: renda fixa, ações, cambial e multimercado.

  • Fundo de Renda Fixa: devem ter como principal fator de risco de sua carteira a variação da taxa de juros, de índice de preços, ou ambos (art. 109);
  • Fundo de Ações: devem ter como principal fator de risco a variação de preços de ações admitidas à negociação no mercado organizado (art. 115);
  • Fundo Cambial: devem ter como principal fator de risco de carteira a variação de preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial (art. 116);
  • Fundo Multimercado: devem possuir políticas de investimento que envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em especial ou em fatores diferentes das demais classes previstas no art. 108.

Classificação ANBIMA para fundos de investimento

A classificação da ANBIMA (2015) utiliza a mesma nomenclatura de classificação da instrução n° 555/14 da CM: renda fixa, ações, cambial e multimercado. No entanto, subdivide a classificação dos fundos em três níveis com base em diferentes critérios: classificação de ativos, riscos e estratégias de investimentos.

  • Nível 1: reflete as classes definidas pela CVM por meio da Instrução nº 555/14, que passa a vigorar em julho de 2015.
  • Nível 2: busca explicitar o tipo de gestão e os riscos a ele associados, fazendo, sempre que possível, a analogia com gestão ativa ou indexada (passiva) para todas as classes de ativos.
  • Nível 3: a estratégia específica do fundo.

Nesta classificação, os fundos de renda fixa podem ser subdivididos no nível 2 em fundos simples, indexados, por tipos de ativos ou investimento no exterior, por exemplo. Já no nível 3 classificam-se esses fundos com base nos índices de referência dos títulos, tipos de títulos (soberano), grau de investimento ou crédito livre, entre outras opções.

Os fundos de ações podem ser classificados com base em indexadores, ativos específicos (dividendos, setoriais, small cap, etc.) e até fundos específicos (fundos fechados, FMP-FGTS ou fundos mono ação). No caso dos multimercados, subdivide-se os fundos por tipos de alocação, estratégia ou investimento no exterior. É possível classificar estes fundos por tipos de estratégias como macro, trading, long and short, juros e moedas, entre outros. Os fundos cambiais possuem uma única classificação. A Figura 1 apresenta a classificação da ANBIMA para fundos de investimento.

Figura 1. Classificação de fundos de investimento
Fonte: ANBIMA (2015).

Considerações Finais

Existem muitos tipos de fundos de investimentos, cada um com uma finalidade específica e estratégia definida em regulamento para maximizar o capital do investidor. Ao selecionar um fundo para investir, você deve conhecer quais ativos compõe a sua carteira e avaliar a relação de risco e retorno para equilibrar o nível de investimento de acordo com o apetite ao risco de seu perfil.

Fundos que investem ativos de renda fixa possuem maior previsibilidade de retorno, pois a o retorno esperado é conhecido no momento de sua contratação. Já os fundos que se expõe em ativos de renda variável possuem expectativa de retorno desconhecida, pois sua performance depende do desempenho do ativo ou de algum outro ativo real lastreado. Portanto, é preciso entender o perfil do fundo de investimento e seu apetite ao risco para o portfólio de ativos assumido.

A classificação dos fundos de investimento varia nos países por diferentes critérios e de instruções de órgãos reguladores ou instituições que compõe o mercado de capitais. Neste artigo, apresentamos as duas classificações mais conhecidas para fundos de investimentos no Brasil.: a instrução n° 555/2014 da CVM e a classificação ANBIMA para fundos de investimento.

Os fundos de investimento são disponibilizados enquanto produtos por corretoras de valores mobiliários, alguns para todos o tipo de investidor e outros exclusivos para investidores profissionais ou qualificados. A CVM é quem regulamenta a atividade dos fundos no país. Além do mais, vale ressaltar que a gestão dos fundos de investimento é profissional, executada por profissionais qualificados e certificados, consultorias e auditoria independente para dar suporte à gestão.

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Referências

ANBIMA (2015).Classificação de Fundos: Visão geral e nova estrutura. Disponível em: <LINK>.

CVM (2014). Instrução CVM n° 555/2014. Dispõe sobre a constituição, a administração, o funcionamento e a divulgação das informações dos fundos de investimento. Disponível em: <LINK>.